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BOLSONARO DIZ QUE VAI TER AUMENTO DO DIESEL E PETROBRAS SINALIZA AUMENTO TAMBÉM NA GASOLINA E GÁS

Foto do escritor: Alana OliveiraAlana Oliveira

Presidente afirmou que, embora os brasileiros estejam "insatisfeitos" com os aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis, ele não consegue "fazer milagre"

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje, durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, que em breve o país terá um novo reajuste no preço do diesel. "Pessoal está insatisfeito? Está. Inclusive estamos há três meses sem reajustar o diesel. Vai ter um reajuste daqui a pouco. Não vai demorar. Agora, não posso fazer milagre", declarou Bolsonaro.


No bate-papo com os seus apoiadores, Bolsonaro disse que "o problema" no preço dos combustíveis "não é só aqui" no Brasil, mas "no mundo todo".


Por fim, o atual chefe do Executivo Federal destacou que quem estiver "insatisfeito" com seu governo é "só mudar na eleição do ano que vem", em alusão ao pleito presidencial de 2022 que poderá reconduzi-lo ao cargo, ou eleger um novo mandatário.

A Petrobras afirmou nesta segunda-feira, 27, que os combustíveis devem passar por um novo reajuste para cima nos próximos dias pela defasagem em comparação ao mercado internacional. Sem citar datas, o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, disse que a manutenção do valor do barril de petróleo tipo brent — usado como referência para a Petrobras — acima de US$ 70 força o aumento dos preços domésticos. “Acompanhamos o dia a dia desses movimentos, a permanência ou não de uma situação. Vemos o preço do brent se posicionar em um valor elevado, e está sinalizando realmente para a necessidade de reajuste do preço”, afirmou. A última alteração foi anunciada em julho, com o aumento dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha nas refinarias.


Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o valor da gasolina no mercado doméstico está 10% defasado, enquanto o óleo diesel acumula diferença de 14%. A Petrobras afirma que evita passar aos consumidores os aumentos causados pela volatilidade diária e que pauta as mudanças de preços conforme as expectativas do mercado. “Não tomamos a decisão baseados em como está instantaneamente a defasagem do preço, mas sim a expectativa de manutenção ou evolução dela”, disse o diretor de comercialização e logística, Claudio Mastella.


O presidente da estatal reiterou que a Petrobras não irá alterar a sua política de preços. Desde 2016, o cálculo é baseado na paridade internacional da cotação do barril de petróleo. “Não há mudança na política de preços. Continuaremos trabalhando da forma que sempre fizemos”, afirmou Silva e Luna. A sinalização de reajuste ocorreu horas depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar que busca meios de tornar os combustíveis mais baratos.


O preço médio da gasolina comum registrou nova alta na semana passada e segue acima da marca de R$ 6. Os dados foram obtidos por um levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado entre os dias 19 e 25 de setembro.


Segundo a ANP, o preço médio do combustível no Brasil chegou a R$ 6,092, mostrando um pequeno aumento em relação à última semana, quando o valor médio era de R$ 6,076. Além disso, o levantamento mais recente também mostrou que o preço máximo registrado pela ANP foi de R$ 7,236, encontrado no Rio Grande do Sul. Por outro lado, o Estado que registrou o menor preço mínimo foi São Paulo, com o litro do combustível sendo vendido a R$ 5,049. O preço médio do etanol também registrou alta e foi para R$ 4,715, enquanto o diesel registrou um pequeno recuo, indo para R$ 4,707.


O aumento dos combustíveis é uma das principais forças que puxam a inflação para cima. A prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi a 1,14% em setembro — o maior valor desde 1994 —, e acumulou alta de 10,05% nos últimos 12 meses. O segmento registrou alta de 3%, liderada pelo encarecimento de 4,5% do etanol. A gasolina aumentou 2% — com acumulado de 39% nos últimos 12 meses —, enquanto o GNV encareceu 2%, e o diesel aumentou 1,6%.

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