No evento com representantes de Petrobras e Transpetro, foi lançada licitação para a aquisição de oito navios gaseiros e a assinatura de protocolo para reaproveitar plataformas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira, 17 de fevereiro, do anúncio de duas iniciativas de fomento à indústria naval em Angra dos Reis (RJ), no Terminal da Transpetro. No evento, foi lançada a segunda licitação do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras e assinados protocolos de intenções para o reaproveitamento de plataformas da Petrobras em fase de desmobilização. O presidente estava acompanhado do vice-presidente, Geraldo do Alckmin, da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, do presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, do líder do PT na câmara, deputado federal Lindbergh Farias e de ministros.
A geração de demandas perenes para a indústria naval e offshore é uma das prioridades do Governo Federal e um compromisso do Sistema Petrobras. O fomento ao setor gera um círculo virtuoso de novos investimentos e oportunidades, além de fortalecer a cadeia produtiva e industrial. Na ocasião, o Terminal da Baía de Ilha Grande irá sediar a “Feira de Negócios da Indústria Naval e Offshore Brasileira”, iniciativa da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia, com a participação de representantes do setor.
Em seu discurso,o presidente Lula reforçou a importância de fortalecer a indústria nacional e garantir que a Petrobras continue a desempenhar um papel central no desenvolvimento do Brasil. “Não tem empresa no mundo mais eficiente do que a Petrobras, graças a vocês”, disse Lula aos funcionários da estatal.
No evento, o presidente Lula fez um apelo pela venda direta, o que iria baratear o preço para o consumidor.
“O mais grave é o preço do gás. O povo não sabe que o botijão sai da Petrobras a R$ 35, entretanto, depois que é entregue chega a R$ 140 dependendo do ICMS cobrado pelo estado. Então o povo paga o triplo. É importante informar a população para saber quem xingar na hora que aumenta. Se a gente puder vender direto a gasolina, o diesel, o gás, porque o povo é assaltado pelo intermediário e a fama fica nas costas do governo” ressaltou o Presidente.
“O povo brasileiro não tem as informações necessárias para fazer juízo de valor. Quando sai um aumento do diesel, da gasolina, do gás, a Petrobras e o governo federal levam fama, e muitas vezes não tem culpa nenhuma. O povo não sabe que a gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e que na bomba ela é vendida a R$ 6,49. Cada estado e posto tem liberdade de aumentar a hora que quer, e os impostos pagos são ICMS”, afirmou o presidente
"A expectativa é que essas iniciativas impulsionem a geração de empregos e ampliem a participação da indústria brasileira no setor naval e offshore. A contratação dos gaseiros está em linha com os esforços para renovação e ampliação da frota da Transpetro e com o aumento gradativo da produção de gás natural. Além disso, vai proporcionar menor exposição aos afretamentos”, ressalta a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
O líder do PT na câmara, deputado Lindbergh Farias ressaltou a importância do setor naval na geração de empregos para o país e falou do desmantelamento dos últimos anos.
"Estamos falando de uma indústria muito importante para o Brasil, que já gerou mais de 80 mil empregos no passado e que foi completamente destruída pela Lava Jato e pelos governos entreguistas e antinacionais de Temer e Bolsonaro. Vamos retomar a construção de plataformas, navios, com conteúdo nacional e a geração de milhares de empregos aqui no Brasil. Estima-se a criação de 67 mil empregos até o final de 2026, no Rio de Janeiro e Espírito Santo. Esse é o Brasil de Lula, Soberano e forte. Viva a Petrobras. Viva o Brasil!" disse o deputado Lindbergh.
Para o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, a licitação evidencia o novo horizonte de crescimento da companhia. “Com essa contratação, vamos aumentar de seis para 14 o número de navios da frota de gaseiros, ampliando a capacidade de transporte de 36 mil para até 108 mil metros cúbicos. Vamos consolidar a Transpetro como maior armador brasileiro no transporte de gás, fortalecendo a companhia em um segmento que tem grande importância para o Sistema Petrobras e para todo o Brasil”, afirmou Bacci.
MAIS GLP - A licitação pública internacional lançada pela Transpetro nesta manhã para a aquisição de oito navios gaseiros com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos integra o Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras, que teve início em julho de 2024 e concluiu em janeiro a contratação de quatro navios da classe handy.
AUMENTO DA PRODUÇÃO - Essa contratação vai triplicar a capacidade da Transpetro para transportar GLP e derivados e permitir à companhia carregar amônia. A ampliação da frota de gaseiros, de seis para 14 navios, leva em conta o aumento de produção de gás natural no país e pretende atender a demanda na costa brasileira e na navegação fluvial, como já ocorre na Região Norte do país e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
DOIS LOTES - A licitação tem dois lotes, que não podem ser vencidos pelo mesmo estaleiro ou consórcio. A concorrência permite a participação de todos os estaleiros que atendam aos critérios técnicos e econômicos do edital.
PRESSURIZADO - Um dos lotes da licitação contempla cinco navios, sendo três embarcações de 7 mil metros cúbicos e duas de 14 mil metros cúbicos de capacidade. Esses gaseiros serão do tipo pressurizado, destinados ao transporte de GLP e derivados.
SEMIREFRIGERADO - Já o outro lote contempla a aquisição de três navios com capacidade de 10 mil metros cúbicos, do tipo semirefrigerado. Como diferencial, essas embarcações também poderão carregar amônia, produto que atualmente não é transportado pela Transpetro. A entrada dessas novas embarcações possibilita a ampliação da carteira de serviços da companhia.
90 DIAS - As empresas interessadas têm 90 dias para apresentar as propostas. De acordo com o cronograma, o primeiro navio deve ser lançado em até 30 meses após a formalização do contrato. Os demais devem ser entregues sucessivamente a cada seis meses. Os futuros gaseiros serão até 20% mais eficientes em termos de consumo, propiciarão redução de 30% nas emissões de gases do efeito estufa e estarão aptos para atuar em portos eletrificados.
REAPROVEITAMENTO - Em um cenário em que a gestão de ativos de produção, especialmente no setor de óleo e gás, se tornou cada vez mais relevante no contexto da sustentabilidade e da circularidade, o reaproveitamento de plataformas surge como alternativa estratégica em linha com os compromissos ESG da Petrobras. Conforme previsto no Plano de Negócios 25-29, a companhia planeja desmobilizar 10 plataformas até 2029, e os protocolos de intenções têm como objetivo analisar a viabilidade do reaproveitamento dessas unidades.
MELHORES PRÁTICAS - Iniciativas e projetos de reutilização de embarcações podem gerar benefícios, como a redução de custos logísticos, o fortalecimento da base de fornecedores e a promoção de melhores práticas de sustentabilidade.
OLHAR ABRANGENTE - Além da Petrobras, o protocolo de intenções é assinado por instituições da indústria que vão colaborar para um estudo de olhar abrangente, como o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL), Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (ABEEMAR) e Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP).
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