Projeto Coluna Reta realiza mais uma cirurgia de escoliose em Volta Redonda
- VRemPauta
- 14 de abr.
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Além do procedimento, Hospital São João Batista prosseguiu com o mutirão de cirurgias, com 13 pacientes atendidos

O Hospital São João Batista (HSJB) atendeu na última sexta-feira (11) a mais um paciente através do projeto Coluna Reta, iniciativa implementada pela Prefeitura de Volta Redonda que visa prevenir e tratar casos de escoliose idiopática pelo SUS (Sistema Único e Saúde). Um adolescente de 15 anos recebeu tratamento cirúrgico para correção da escoliose, procedimento realizado pelo ortopedista especialista em coluna Juliano Coelho, responsável pelo projeto.
O Coluna Reta promove triagens mensais nas escolas do município com o objetivo de identificar precocemente a condição, evitando que os casos avancem para estágios que exijam intervenção cirúrgica.
Além das escolas, o projeto também oferece atendimentos às sextas-feiras pela manhã no Estádio Raulino de Oliveira. Quando é detectado um quadro inicial de escoliose, o estudante é encaminhado para realização de raios X e acompanhamento contínuo. O tratamento pode incluir sessões de fisioterapia e, em casos mais avançados, o uso de colete ortopédico – medidas que buscam evitar a necessidade de cirurgia.
“Buscamos, sempre que possível, o diagnóstico precoce. Quando não é possível, a realização da cirurgia permite ao paciente ter uma melhor qualidade de vida”, ponderou o ortopedista Juliano Coelho.
Mutirão de cirurgias
O São João Batista também prosseguiu na sexta-feira e sábado (12) com o mutirão de cirurgias. Dos 13 procedimentos realizados, cinco foram com o médico-ortopedista Rafael Coelho, em pacientes com idades entre 43 e 62 anos. Foram realizadas três osteossínteses de fratura de tornozelo direito e uma de tornozelo esquerdo, além de uma tenorrafia do tendão de Aquiles.
Esta última é uma cirurgia realizada para reparar rupturas totais ou parciais desse tendão, que liga os músculos da panturrilha ao calcanhar e é essencial para caminhar, correr e saltar. É indicada principalmente em rupturas completas ou quando o tratamento conservador, como imobilização e fisioterapia, não é eficaz. O pós-operatório envolve imobilização com bota ortopédica ou gesso, seguida de fisioterapia para recuperar movimento e força, além de prevenir aderências. A volta às atividades pode levar de quatro a seis meses, conforme a técnica e a resposta do paciente.
Oftalmologia
Também foram realizados oito procedimentos oftalmológicos, sob responsabilidade da doutora Talissa de Souza. Quatro cirurgias, em pacientes entre 4 e 47 anos, foram de dacriocistorrinostomia (DCR), indicada para tratar a obstrução do canal lacrimal, que impede a drenagem adequada das lágrimas para o nariz, causando lacrimejamento excessivo (epífora) e possíveis infecções no saco lacrimal (dacriocistite). As causas incluem inflamações crônicas, traumas, infecções ou alterações congênitas.
O objetivo da cirurgia é criar um novo canal de drenagem entre o saco lacrimal e a cavidade nasal, contornando a obstrução e permitindo o fluxo normal das lágrimas. A recuperação costuma ser rápida, com melhora dos sintomas em poucas semanas e alta taxa de sucesso do procedimento.
Outros três pacientes, entre 28 e 73 anos, passaram por exérese de calázio, que visa remover um nódulo que se forma na pálpebra devido à obstrução de uma glândula meibomiana, responsável pela camada oleosa da lágrima. Trata-se de uma inflamação crônica e indolor, mas que pode persistir por semanas ou meses, causando desconforto estético e, às vezes, afetando a visão ao pressionar o globo ocular.
O procedimento é feito com anestesia local na pálpebra afetada, e a recuperação costuma ser rápida, com melhora em poucos dias. Em casos recorrentes ou em locais incomuns, o médico pode investigar outras condições, como blefarite crônica ou alterações na produção de gordura.
Por último, uma paciente de 63 anos foi submetida a simblefaroplastia, indicada para corrigir a adesão anormal entre as pálpebras e o globo ocular, chamada simbléfaro. Essa condição pode ser causada por traumas (como queimaduras), cirurgias, infecções graves (como tracoma) ou doenças autoimunes (como penfigoide cicatricial). O procedimento libera as aderências e reconstrói a superfície ocular e palpebral, frequentemente com enxertos de mucosa ou membranas amnióticas para evitar nova aderência.
O pós-operatório exige cuidados como uso de lentes terapêuticas, pomadas cicatrizantes e, às vezes, dispositivos para prevenir nova aderência. A recuperação depende da gravidade, e o acompanhamento costuma ser prolongado.
Mutirões aos fins de semana e feriados
Os mutirões realizados nos finais de semana e feriados pelo Hospital São João Batista têm sido decisivos para ampliar a capacidade de atendimento cirúrgico da unidade. Essa estratégia permite não apenas cumprir a programação semanal de cirurgias eletivas, mas também assegurar vagas para os procedimentos de emergência, o que é essencial para um hospital de pronto atendimento como o HSJB.
“A população tem visto o resultado dos esforços de nossas equipes médicas: todos os meses, o São João Batista vem superando seus próprios recordes de cirurgias, melhorando o acesso à saúde para a comunidade. É uma solução eficiente para reduzir as filas de espera, beneficiando a população que depende do serviço”, destacou o prefeito Antonio Francisco Neto.
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